Estudos apontam prática de exercício milenar para tratamento de alguns casos de câncer; sabe qual é?

Site Awebic/ Mariana Sanches Otta

De acordo com um estudo da The Economist Intelligence Unit (EIU) publicado em 2020, nos próximos dez anos, o Brasil pode registrar crescimento de 42% nos casos de câncer. O rápido avanço no número de casos faz com que os cientistas se empenhem cada vez mais na busca por tratamentos, remédios e soluções para erradicar essa doença.

Uma das alternativas não envolve agulhas ou substâncias químicas e é mais acessível do que você pode imaginar: a yoga! Na verdade, uma prática de exercícios controlada, como uma caminhada de meia hora, pode ajudar a reduzir a fadiga em pacientes com câncer, além de reduzir o risco da doença se espalhar, voltar ou resultar em morte.

Durante muito tempo, oncologistas renomados e profissionais da saúde foram relutantes quando o assunto era incentivar os pacientes a se exercitarem após as séries de tratamentos contra a doença.

As pesquisas foram apresentadas na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
Porém, três estudos apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), a maior conferência mundial sobre câncer, reforçam as evidências de que a atividade física pode sim ajudar os pacientes.

Agora, com as novas pesquisas, mais médicos têm cedido à ideia de que as pessoas com câncer e que passaram por tratamentos devem retomar os exercícios, mesmo que apenas gradualmente no início.

COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA

O primeiro estudo foi sobre o impacto do efeito da yoga na inflamação. Para você ter uma ideia, a inflamação pode ter uma forte influência no desenvolvimento do câncer, auxiliando e estimulando o crescimento do tumor e sua disseminação pelo corpo.

Na pesquisa, realizada nos Estados Unidos, mais de 500 pacientes com câncer foram analisados, sendo que todos haviam recebido tratamento para a doença entre dois meses e cinco anos antes.

A pesquisa se dividiu em duas etapas e em ambas o resultado da yoga foi positivo.

Eles foram randomizados para praticar yoga ou frequentar aulas de educação em saúde por um mês. Cada grupo participou de sessões de 75 minutos duas vezes por semana durante quatro semanas.

Em seguida, eles foram submetidos a uma série de exames de sangue. A pesquisa, liderada pelo Centro Médico da Universidade de Rochester, descobriu que aqueles que praticavam yoga tiveram “níveis significativamente mais baixos de marcadores pró-inflamatórios” em comparação com pacientes do outro grupo.

“Nossos dados sugerem que a yoga reduz significativamente a inflamação entre os sobreviventes do câncer”, escreveram os autores do estudo em um relatório publicado na reunião da ASCO.

MAIS E MAIS PESQUISAS

No segundo estudo, também conduzido pelo Centro Médico da Universidade de Rochester, os cientistas examinaram o impacto da yoga na fadiga e na qualidade de vida dos pacientes com câncer.

103 pacientes fizeram parte da pesquisa. Novamente, eles foram divididos em dois grupos: sendo o primeiro de pessoas que praticaram exercícios de yoga e o outro que frequentaram aulas de educação em saúde, ambos de 75 minutos duas vezes por semana durante quatro semanas.

Mais uma vez, a yoga foi considerada melhor para ajudar a aliviar a fadiga e manter a qualidade de vida, concluiu a pesquisa.

As pesquisas foram realizados pelo Centro Médico da Universidade de Rochester, nos EUA.

O diretor executivo de programas da Academia Nacional de Prescrição Social do Reino Unido, Jim Burt, que não participou dos estudos acrescentou: “Esta pesquisa apoia as crescentes evidências que demonstram os vastos e variados benefícios do exercício para a saúde física e mental”. Que incrível!

Mas lembre-se: sempre procure um médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, não importa a doença que seja. No mais fica o recado: exercícios físicos são ótimos para a saúde!